quarta-feira, 15 de junho de 2011

Quatro folhas

O ansioso trevo sempre se perguntava porque a sorte que tinha também não servia para o amor e logo via que talvez o ditado prevalecia e sua sorte tão certa lhe trazia amores incertos.O trevo muito observava o resto do jardim e logo parava o olhar em alguma flor especial por ali,ele não se cativa por flores de padrões perfeitos,ele não seguia planos,ele pouco admitia,mas incertezas o atraía,sua primeira e quem sabe a grande paixão do doce trevo fora uma bela e audaciosa rosa vermelha,o perfume da rosa chegava ao trevo como uma droga,uma deliciosa droga,tão envolvente como um tango,mas nem com toda a sorte do mundo ele teria aquelas pétalas para si.
O trevo se encantará por lírio,jasmins,margaridas,orquídeas,mas nada comparado a rosa vermelha,até que surge uma geniosa e branca tulipa,tão encantadora,que o trevo mal acreditava que ela existia,a beleza se confundia com ilusão,o trevo era outra vez um típico apaixonado e arriscava toda sua sorte na sua amiga esperança que sempre passava voando pelo jardim e assim pedia para que o ajudasse a conquistar a linda tulipa,mas a tulipa assim como a rosa não tinha o mesmo olhar ao trevo,o amava de outra forma não da forma que ele queria,nesse caso a esperança pouco podia fazer.
O trevo tem mania de entrar em jogos difíceis,acho que por apostar tanto na sua sorte,mas ao lembra de que pouco vale a sorte nos jogos de amor, as quatro folhas do trevo estão cansadas e espera muitas vezes ser o escolhido por alguma flor que lhe traga um pouco de paz,ele continuará observando jardim e tendo ao seu lado sua amiga esperança,sempre carregando sua sorte,sempre esperando a primaveira chegar.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Semi definido

O céu parecia mais bonito e ela se perguntava como ela podia apaixonar se tantas vezes pela mesma pessoa,o ônibus lotado que pegara parecia mais acolhedor, muito diferente do modo que ela o encarava todos os dias como uma provação do destino,naquele momento ela agradecia ao destino,ela não se assustaria se nascesse repentinamente flores no seu caminho.
Ela não havia acordado,só apenas levantou depois de horas falando ao celular,mal se recordava de tudo que havia falado,mas o resumo lhe enchia o peito de alegria,ela se sentia como algum tempo atras,ela não era a mesma,mas incrivelmente sentia todo aquele sentimento que ela nem sabia nomear,por minutos até duvidava de toda aquela felicidade e se prendia nas suas convicções teimosas,mas ao enxergar a saudade que tanto existia,eliminava qualquer suspeita de ilusão.
Ela sabe que tudo está sujeito ao estrago,tudo está sujeito a erros,a omissão de fatos,a declaração exagerada da verdade.Ela é ciente de que a sinceridade se conquista,que tudo tem seu tempo e lugar,o que ela não sabe, é como controlar a ansiedade de se ter o que se quer,de ter a quem se quer,ela não sabe,não deixar nas entrelinhas que o nome de tudo isso é amor.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Quebrado

A porta branca abriu-se com brutalidade e passou por ela uma imagem cansada e obscura,um corpo esguio atacado pela rapidez e voracidade do cotidiano que tremelicava e fazia cair a água da chuva que lhe molhará antes de chegar naquela porta,a água borrou toda a maquiagem carregada da garota,ela chamava-se Lívia,seus olhos azuis eram de uma profundidade tão significante,significado que poucos tinham domínio,era preciso muita coragem para obtê-lo.
Lívia chegará ao destino que procurava,apesar de o caminho não sair como o planejado,citrizes em sua pele pareciam leves perto do seu espiríto totalmente quebrado,mas chegando ali isso ou aquilo pouco lhe importava,ela já havia a muito tempo se anulado,apagou todo o seu passado quando resolverá trilhar um caminho até aquela porta,caso não tivesse feito isto a culpa nunca lhe deixaria passar.
Ela era um corpo vazio pronto para ser usado,era uma mercadoria viva produzida pela indiferença e injustiça do mundo,seus olhos azuis tinham a cor da terra quando vista do espaço e a mesma amargura quando nosso planeta é visto de perto,Lívia era inconscientemente uma vítima,ela chegará ali com os próprios pés,mas tanto queria ela que ali ,entre aquelas paredes desgastadas,houvesse carteiras e livros em vez daquela cama mórbida por qual passaram tantos olhos cansados como os de Lívia.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Ex namorado

Elis contava nos dedos dos pés e das mão a quantidade e variedade de animais de estimação que já tivera,aos 11 anos de idade lhe sobrara seu velho e fiel gato Boris e seu peixinho,recem ganhado de presente de aniversário,Júlio César. Elis com seus grandes olhos castanhos passava horas observando o brilhante,vermelho e lilás peixe beta,vivia a procurar pedras bonitas para enfeitar mais ainda o a aquário já tão ornamentado,embora seu sábio pai tivesse lhe explicado por tantas vezes a razão de Júlio César ter que ficar sempre sozinho no aquário,Elis não se conformava,talvez por isso passasse tanto tempo fazendo companhia ao peixe e o engordando sempre mais.

Júlio era calmo,só ficava nervoso ao perceber o grande gato Boris passear próximo ao aquário,isso geralmente quando sua bela amiga,a menina Elis,estava na escola,quando ela retornava Júlio se sentia tão completo que queria ter braços em vez de nadadeiras para abraça la.As bochechas rosadas de Elis eram imitadas por Júlio que mais vermelho ficava quando a via,a menina e o peixe pareciam viver um caso de amor.

Três anos se passaram,Elis agora com catorze anos e com as bochechas mais rosadas por causa do blush não contava mais nos dedos os animais de estimação e seus olhos eram atenciosos a outro belo Júlio,o Julinho do 1ª ano,que lhe arrancava suspiros,o esquecido peixe JC que por muito tempo viveu apaixonado pelos grandes olhos castanhos parece agora mais um enfeite no quarto de Elis,o peixe ainda vibra quando a moça vem alimenta lo,mas agora não passa de um solitário peixe beta e seu vermelho parece apagado.

terça-feira, 29 de março de 2011

Surpresa!

No final da minha rua, mas bem no final mesmo,existe uma criatura,que acredito eu,sempre esteve no meu destino,a beleza das coincidências ao longo do tempo e dos fatos só não supera a oposição de 'ser quem somos',são tantas diferenças que chega a ser trabalhoso encontrar alguma semelhança.E para quê semelhanças mesmo? Como já disse uma vez, e não importa as circunstâncias que isso seja dito,'Se diferente fosse não seria tão perfeito'. O fim da minha rua me guarda lembranças,amizade,apoio,irritações,me guarda amor,um amor que você não escuta o tempo todo,mas você sabe que está ali e está ali por que foi compassadamente e bravamente construído.Seis anos de amizade não se mede com distancias eventuais,nem com pessoas que tentaram desligar as nossas mãos,nem por dificuldades de palavras e nem pelo exagero sentimental nelas,tudo se mede por algo que não se pode enxergar no filme,um filme de um genêro ainda não definido,não iremos definir,a única definição é que ele é nosso,tudo se mede pela proximidade não visível,tudo se mede na alegria que me dá em pensar em você,sempre,você sempre será o que há de mais terno em mim.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Triologia

Escutar Zeca Baleiro e depois ir a uma aula de filosofia é querer passar o dia pensando na vida,ando tão nostálgica nos últimos dias que me pego perguntando o que exatamente aconteceu a um um mês ou anos atrás,queria não ter a memória tão boa,pelo menos não queria tê-la assim para algumas lembranças especificas,como diz um belo amigo meu ' tu é toda traumatizada'.todos nós somos como baús,onde guardamos saberes,desejos,lembranças,sentimentos,alguns baús são bem fechados,outros só se precisa de um pouco de esforço para abri-los,já alguns são bem abertos e compartilham de tudo que existe dentro deles,mas cuidado,quanto mais aberto o baú,mais vulnerável ele se torna,pelo menos no mundo de hoje,não julguemos as aberturas dos baús,tem razões que os moldam,muito menos não julguemos o que está dentro deles,pois há quem diga que a beleza está nas diferenças.
Estatura baixa,cabelos enrolados,olhos pequeninos com brilho tão amigavél e acolhedor que inebriam quem os encara,uma voz que cabe o mundo,uma voz para o mundo todo ouvir,a cor que foi feita exatamente para ela,pelo menos não consigo imaginar uma mais apropriada e como anda ligeiro aqueles pés vestidos por meias coloridas,mas ela não corre contra o tempo,ela tem o tempo ao seu lado,assim como há pessoas,ela está no meio delas,ali é o seu lugar.
Não são fios de ouro,por ouro se pode pagar,mas por aqueles fios não,e como há suavidade neles ,creio que são assim para combinarem com a voz,o sorriso largo e o olhar profundo se misturam e originam a simpatia e acaba conquistando com pouco ou nenhum esforço,até mesmo sem querer,outros olhos e sorrisos.Ela gosta do diferente,do louco,do original,ela gosta de ver o sol aparecer e trazer o novo,está aí,os fios são de sol,ela é feita de luz e calor.
Os olhos pequeninos e os fios de sol me abraçaram, um abraço de três almas cansadas ,porém felizes,por que era ali que elas queriam está,era ali que las não queriam outras pessoas,era ali que elas falavam de outras pessoas e era ali que elas diziam com vozes suaves 'eu amo vocês' e apertavam mais ainda o abraço e estalavam entre si um beijo na bochecha.Elas me fazer ter certeza que o amor existe,me fazem acreditar ainda mais na generosidade do tempo e é rindo com elas que eu desejo depois daquele momento ser muito mais nostálgica.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Não se pode abreviar

Grandes olhos que adentram a alma de quem por muito ou até pouco tempo olha para eles,toda a personalidade estampada no jeito de andar e nos gestos impensados ou não,a liberdade que sempre busca,está em cada fio das suas roupas incomuns entre várias peças únicas, por ela pintadas,nas formas de ideais,nas cores de uma melodia,a arte de não querer ser normal,querer transforma-se em um poema.Seus anos vividos pouco lhe traduz,apenas contradiz os tantos saberes e idéias que lhe fazem viajar,uma tranquilidade curiosa mora ali,como se todo o tempo ela escutasse o barulho de uma cachoeira ou qualquersom natural que a acalma,dentro dela há tanta paz que me enquieta e fora dela,entre tantas outras belezas,há cachos tão enrolados que fazem um valioso contraste com as coisas tão livres dentro da sua cabeça.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Ônibus

Muitos dizem,até mesmo eu: 'Ah! como eu queria um carro!' Pois é,a comodidade que carros oferecem é super atraente,mas quer saber estou longe de ser alguém capaz de ter e sustentar um carro,então me viro muito bem e tiro bom proveito da vida de andar de ônibus,aquelas coisas grandes e coletivas não oferecem comodidade,muitas vezes,sem exageros,oferecem bastante sofrimento,calor,lotação,assédio sexual,preços abusivos,paradas caindo aos pedaços a lista de defeitos do "nosso" transporte público é extensa,mais não é só de defeitos que vive um ônibus,ele vive de pessoas,de pés delicados ou calejados,assim como as mãos,rostos diversos,culturas individuais tão variadas que me encantam de uma forma extraordinária.Sou daquelas pessoas que desde criança tem o hábito de observar e imaginar como é a vida de desconhecidos que passam aleatoriamente nas ruas,as relações que elas tem,pra onde ela estão indo,o que elas conhecem,o que elas desejam,enfim,o ser humano,a sociedade,sempre despertaram minha curiosidade,essa é a grande razão de eu cursar Ciências Sociais.
Hoje resolvi visitar minha avó e pegar o meu presente de aniversário,ganhei uma toalha linda e ontem havia ganhado chocolates de uma recém adquirida amiga que só me traz alegrias desde que a conheci e hoje ganhei também um belo livro de anotações do brilhante Rubem alves,me apaixonei por aquele conjunto lindo de papéis e tinta que a minha melhor Tia,considerada uma mãe,com carinho,como assim estava na dedicatória,me presenteou, e foi dessa mesma tia que eu lembrei e assim como de várias outras coisas no caminho percorrido pelo ônibus até a casa da minha avó,porque este bendito ônibus desviou o trajeto e passou em frente a maternidade Santa Fé onde eu e quase todos os meus primos nasceram,onde eu abracei pela primeira vez meu irmão que ao contrário de agora não era nada bonito,onde minha tia me levava quando nem meu pai e nem minha mãe podiam ficar comigo e de lá lanchavamos na cookies no tempo em que os salgados e todo tipo de comida era barato,no tempo em que o salário mínimo não passava de 180 reias,no tempo em que 1 centavo comprava uma jujuba, como assim disse a minha querida amiga,Isa, que hoje mesmo tive a honra de visitar e conversar sobre várias coisas do tipo 'no tempo...' ,assim como a conversa que eu tive com o meu primo, sobre dentro de muitas outras coisas ,nos questionamos ' O que eramos a 5 anos atras?','O que sobrou de nós mesmos?'.
Hoje a nostalgia abateu-se sobre mim,agradeço as pessoas e as suas vidas,seus lugares e suas lembranças,agradeço aos ônibus e seus pneus que me fazem viajar em muitos pensamentos e sentidos,Agradeço ao tempo.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

2 décadas

Fechei os olhos e dancei como se ninguém me olhasse,minha mente pedia aquilo e meu corpo praticamente suplicava,os olhares amigos me causavam uma felicidade estantanea e eu lembrava da importância detalhada de que cada um tinha pra mim,cada lembrança,não estavam todos ali,e a falta que eu sentia de outros despertava mais lembranças e assim um sorriso,meu,transmitia uma boa sensação ao peito,felicidade,mais uma vez ela,não dou méritos ao álcool,esta bem,só uma pequena parcela,o mérito era meu.
Nunca morri de amores nem ao menos simpatia pelo o meu aniversário,até os 19 essa data me entristecia,mas os 20 anos,que belos são e que assim continue,não sei se pela força e responsabilidade que ele carrega,daqui para os 30 tudo vai mudar,eu sinto mudar,os anseios e desejos mudarão e quem sabe não se inverterão,mas enfim,acho que isso é claro,tem que ser,voltemos a madrugada de abraços abundantemente distribuídos,pessoas carinhosas são uma catastrófe afetiva quando embriagadas,não lembro de tudo que eu disse,não lembro de todos que abracei e muito menos de todas as músicas que eu dancei,mas o fato é que mesmo sem todos os detalhes claros o resumo foi,repito,a felicidade.
Lembro de rostos que diziam com os olhos "Eu nunca te vi assim" e sorrisos que diziam "estou feliz por você e com você" lembro de abraços com choros embutidos,esses eu não tinha como esquecer,nem da minha irmã me chamando pra 'bater cabelo',e do meu irmão segurando minha bolsa pra que eu pudesse dançar mais a vontade,e do movimento dos cabelos novos da minha melhor amiga que eu ansiosamente esperei chegar,louvei também a incrível satisfação de comemorar igualmente com dois amigos lindos que nasceram no mesmo dia que eu,o gosto do sal e limão que acompanhava as tequilas e a sinceridade até exagerada para o mundo de hoje que eu tanto esbanjava e que me faz chegar ao fato de que quando você está realmente leve a verdade é tão simples.
Eu tenho 20 anos,sempre tive um certo medo desta afirmação,mas quer saber, estou orgulhosa das minhas 2 décadas,afinal você sempre quer crescer,creio que o desejo de voltar a infância é querer se sentir mais pleno,mais leve,seria algo imediato,mas saiba que você pode levitar,crescer de uma forma e acabar que faça você tirar os pés do chão,mas sempre sabendo que ao chão você pode e as vezes deve voltar,sentir que você pode fechar os olhos para o mundo,mas ele continuará olhando pra você ,conquiste o seu lugar.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Mashimelows

É difícil de admitir com toda a minha dificuldade de usar um bom par de sapatos de salto alto que aquelas coisinhas pontiagudas dão uma sensação de poder,mas nada comparado a incrível sensação de liberdade e a perca da responsabilidade que eu sinto ao tira-los, dá pra sentir os olhares uns que dizem 'você já tirou?!Estava tão bonita"e outros 'Eu te entendo' o fato é que eu não fui feita para certas habilidades,não ganharia aplausos na homenagem á minha prima caso tivesse que desfilar elegantemente de salto alto,sorte a minha que os aplausos vinheram com a poesia criada e citada por mim,ganhei também vários sorrisos durante toda a festa com minhas coreografias não ensaiadas dentre as pessoas de mais idade,pois para mim as músicas da "parte adulta",assim nomeada,eram bem mais interessantes,é por essas e outras que penso 'será que nasci na época certa',outras como a minha mania de oferecer flores desde de criança,como assim fiz ,descompletando os arranjos que decorava a festa para me que me completasse momentaneamente com olhos brilhantes de tias e primas,meu romantismo incontido parece ter vida própria,o meu deslumbre com os mashimelows não casaram muito bem com os 7 dias que faltavam para que eu completasse 20 anos,muito menos combinaram com os 3 drinks,que suspeito que mal intencionados feito por um bar-man que me lembrava vilões mexicanos de filmes 'de luta',aquele fato me parecia tão engraçado que repetia várias vezes a minha prima preferida,porém muito calada,'Ele quer nos embriagar Raíssa',acho que já estava meio bêbada e ai foi que depois de alguns longos minutos dançando como senão houvesse o amanhã,os mashimelows todos triturados e remexidos resolveram pedir liberdade,não tive como os privar disso e levaram de carona minha maquiagem feita com tanta pressa,mas com todo carinho,me senti melhor depois que vi que a própria aniversariante já não estava nem um pouco perfeita,os cachos altamente trabalhados já pareciam cacos, então deitei no colo dela e sentimos juntas aquele clima de final de festa e com um sorriso de olhos ela me disse 'Foi fofo bêbe a sua homenagem' e foi aí o auge da festa,foi ai que eu vi que você sempre vive toda uma história pra no final guardar poucas mas significativas palavras,aprendizado.