Um abraço tão surpreendente e aconchegante a mim que ela nem lembra,
assim como os meigos dizeres ao fazê-lo. Sabe aquela sensação empolgante
em está conhecendo alguém? É, foi fulminante e encantador, até a gente
realmente se conhecer. Os defeitos deste ser são os mais assustadores a
mim, olho e me pergunto, por quê insistentemente a amo, ela diz coisas
que realmente me deixam muda , não sei como contestar por tão
inaceitáveis que muitas dessas coisas são.
Tão pouco o tempo é,
até agora, porém tantos episódios memoráveis os quais pouco ela lembra,
diferentemente de todos os detalhes na minha mente, como o cheiro
natural dela, o tom de voz ao impor suas defesas, o olhar fugitivo e
desconcertado ao me encarar, os beijos que não sei descrever, a
gargalhada sem som tão singular, a ruga de expressão entre os pequenos
olhos que sempre se cerram quando ela rir ao escutar meus comentário
ironicamente cômicos, a maciez do cabelo que não posso mexer, a pressa
tão eminente em seus dias.
Apesar de ser quem somos, temos uma
ligação, criada não agora, disso sabemos, mas talvez amanhã ou depois,
não nos falemos mais. Porém, sinto que devemos nos suportar em respeito
ao universo que nos trouxe até aqui, por respeito ao querer bem, a
paciência que surpreendentemente se renova, por respeito ao encontro
naquela tarde de domingo. Você tem tudo o que eu odeio em seres humanos,
vou rezar por você enquanto eu viver, mas quero que você fique, mesmo
que distante, mesmo que odiando o que todo mundo gosta em mim, porque
você não é todo mundo e é isso o que me encanta, você é autêntica.
Vou guardar seu segredo, mas repito, você seria a rainha no meu jogo de xadrez. Originalmente, eu amo você.