sexta-feira, 4 de março de 2011

Ônibus

Muitos dizem,até mesmo eu: 'Ah! como eu queria um carro!' Pois é,a comodidade que carros oferecem é super atraente,mas quer saber estou longe de ser alguém capaz de ter e sustentar um carro,então me viro muito bem e tiro bom proveito da vida de andar de ônibus,aquelas coisas grandes e coletivas não oferecem comodidade,muitas vezes,sem exageros,oferecem bastante sofrimento,calor,lotação,assédio sexual,preços abusivos,paradas caindo aos pedaços a lista de defeitos do "nosso" transporte público é extensa,mais não é só de defeitos que vive um ônibus,ele vive de pessoas,de pés delicados ou calejados,assim como as mãos,rostos diversos,culturas individuais tão variadas que me encantam de uma forma extraordinária.Sou daquelas pessoas que desde criança tem o hábito de observar e imaginar como é a vida de desconhecidos que passam aleatoriamente nas ruas,as relações que elas tem,pra onde ela estão indo,o que elas conhecem,o que elas desejam,enfim,o ser humano,a sociedade,sempre despertaram minha curiosidade,essa é a grande razão de eu cursar Ciências Sociais.
Hoje resolvi visitar minha avó e pegar o meu presente de aniversário,ganhei uma toalha linda e ontem havia ganhado chocolates de uma recém adquirida amiga que só me traz alegrias desde que a conheci e hoje ganhei também um belo livro de anotações do brilhante Rubem alves,me apaixonei por aquele conjunto lindo de papéis e tinta que a minha melhor Tia,considerada uma mãe,com carinho,como assim estava na dedicatória,me presenteou, e foi dessa mesma tia que eu lembrei e assim como de várias outras coisas no caminho percorrido pelo ônibus até a casa da minha avó,porque este bendito ônibus desviou o trajeto e passou em frente a maternidade Santa Fé onde eu e quase todos os meus primos nasceram,onde eu abracei pela primeira vez meu irmão que ao contrário de agora não era nada bonito,onde minha tia me levava quando nem meu pai e nem minha mãe podiam ficar comigo e de lá lanchavamos na cookies no tempo em que os salgados e todo tipo de comida era barato,no tempo em que o salário mínimo não passava de 180 reias,no tempo em que 1 centavo comprava uma jujuba, como assim disse a minha querida amiga,Isa, que hoje mesmo tive a honra de visitar e conversar sobre várias coisas do tipo 'no tempo...' ,assim como a conversa que eu tive com o meu primo, sobre dentro de muitas outras coisas ,nos questionamos ' O que eramos a 5 anos atras?','O que sobrou de nós mesmos?'.
Hoje a nostalgia abateu-se sobre mim,agradeço as pessoas e as suas vidas,seus lugares e suas lembranças,agradeço aos ônibus e seus pneus que me fazem viajar em muitos pensamentos e sentidos,Agradeço ao tempo.

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