quarta-feira, 26 de junho de 2013

Bloco 07

Em uma noite de feriado em que se curtia a felicidade de viver, com brincadeiras animalescas e conversas horizontais, conheci dois pequenos olhos que a partir dali me invadiriam o pensamento todas as manhãs,  assim que nos meus olhos chegassem a luz do dia, que me perseguiriam pelo dia inteiro para que o vento me arrancasse sorrisos.
Tantas escadas subi neste mês, tantas plantas eu vi, tantos gatos acariciei, tantas pessoas conheci, tantos momentos amei, tanto em supermercado fui feliz, tanto caminhei, tanta leveza na alma eu levei.
Conversaria com aqueles olhos até o mundo acabar ou até eles acabarem comigo, porque nesses olhos se vê a profundidade, a beleza, a coragem, o amor e a revolta do mundo. Eu pegaria aquelas mãos e passearia no parque, eu ouviria aquela voz e discutiria Caetano, eu teria filhos daqueles olhos, eu planejaria bobagens com aquela mente e morreria de rir com aquela boca.
Vou construir um balão, comprar bolinhos e petisco e te chamar pra viajar comigo, porque você não gosta de fanta uva e nem de bolacha de morango, assim como eu. Do resto a gente ri.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Amor Enriquecido com Cálcio

Em uma ensolarada manhã de fevereiro, Bruna andava pela calçada de sua rua e encontrara três filhotes de gato, enlameados e jogados a própria sorte, a garota se entristeceu e resolveu dar um pouco de alegria para aquelas, somadas, vinte e uma vidas. Chegando em sua casa foi direto a geladeira e pegou uma caixa de leite, voltou onde estava os três gatinhos, famintos eles beberam aquele liquido branco de paz. A garota estampava um sorriso ao ver as barriguinhas estufadas dos filhotes e ao mesmo tempo deprimia-se por não poder leva-los para casa.
Bruna foi atrás de dona Daniela, sua vizinha, uma viúva que perdeu seu amado humano, mas reconfortava com o amor de gatos e cachorros. A senhora deu um lar aos gatinhos e eles cresceram como mereciam. Com os anos passados, Bruna, já uma mulher, era uma escritora de sucesso e tinha sua própria casa, chorosa se vestia com um alinhado vestido preto, iria ao velório de sua estimada vizinha, Daniela.
Após o enterro Bruna foi ao super mercado, comprou leite e ração. Havia recebido de herança uma família que havia ajudado a compor anos atrás, agora com os filhotes crescidos que geraram mais filhotes, Bruna os levou para casa como se ainda estivesse terminando a ensolarada manhã de fevereiro.