sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Fantasma

Cansadas de trabalhos ou da falta deles, cinco amigas que não viam mulheres só como amigas conversavam sobre suas histórias nada sérias e nada seguras, se alguém ali escutasse tudo que elas conversavam, pensariam que ali estavam sentadas a mesa, cinco fantasmas, almas que gargalhavam a cada queda contada, a cada boca beijada, a cada unha cortada, a cada mãe enganada, a cada irmã abandonada. Carros passavam, mas um deles resolveu mostrar ao que veio, e um freio rabugento, acelerou os corações animados das cinco garotas, depois do susto, risos incontrolados, como elas não controlam, não controlam seus amores no peito, esbanjando cada incrível personalidade. Uma que canta, que encanta em cada devaneio do seu coração derretido, outra de cachos imponentes como seu espírito lutador que atravessa o rio atras de amor, outra que quando ri, cerra os olhos e não é fã de mar, outra que tem o dom de cuidar e surpreende a cada história em lugares que ela ia se aventurar, a ultima, essa que conta tal história, no momento só sabe agradecer pela noite com as outras quatro.

Aquelas belas fantasmas tem medo do sobrenatural, algumas delas logo estariam sozinhas em casa imaginando companhias indesejadas, outra apagaria pelas horas que lhe restavam antes de enfrentar as horas seguintes, outras votariam pra seus lares, outras não tem lar definido, mas cada uma tenta buscar abrigo dentro de si, dentro do amor pela verdade, cobrindo-se de verdade pelo amor.

Preocupadas com quem lhes esperavam ou com a falta de alguém lhe esperando, as mulheres se despediram com abraços apertados e pensamentos satisfeitos. Seguiram por cinco cantos diferentes com suas vidas e razões, mas com as mesmas dores nas costelas de tanto rir com o coração.

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