quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Noventa e um pouco mais


Tenho 20 anos, quer dizer,estou prestes a completar 21 em fevereiro, para a minha alegria depois do carnaval, acredite, não é nada legal fazer aniversário em pleno carnaval, sabe aquelas festas com tudo o que você quer quando se é criança, eu tive algumas, na minha festa de 9 anos com a temática do piupiu (onde eu estava com a cabeça?) tinha de tudo inclusive um bolo branco com florzinhas coloridas e em cima uma gaiola de alumínio com o piupiu de marzipã no balanço,lembro como se fosse ontem, a festa tinha de tudo, menos convidados, todos viajavam, era carnaval.
Minha memória é ótima, mas como tudo tem seu lado bom e ruim,com a minha memória não é diferente, percebe-se logo aqui, quando começo relatando um pequeno trauma, acho até graça de como as lembranças ruins me parecem mais detalhadas, não que não me lembre bem das boas, lembro sim, como quando tinha 6 anos de idade e tudo parecia mais empolgante, como ler, afinal havia acabado de aprender e assim lia qualquer palavra que passava a minha frente, placas, anúncios nas ruas, nada me escapava. Era dezembro de 1997 e em uma tarde apressada saia de casa para alugar meu vestido de colação de grau, com direito a luvas,tiara de 'brilhantes' e sapatos brancos, dias depois estava as 8 da manhã no salão de beleza para que tentassem realizar a impossível missão de cachear os meus 'cabelos de petróleo' (como chamava minha tia) e então acabei saindo de lá as 3 da tarde com um quilo de laquê, milhões de presilhas e pseudos cachos. A noite seria todas aquelas apresentações,orações e 'blablablas' e no final a tão esperada valsa com meu pai, que havíamos ensaiado por semanas com inúmeros rodopios e sorrisos alegres e ali era hora, arranjamos um canto,pois só ali havia o espaço necessário, então, com uma pequena platéia ao nosso redor de professoras e familiares, estreamos a valsa mais linda do mundo, pelo menos para mim. Lembro da cara do fotografo, baixinho e com bigodes que congelou o tempo e esse tempo materializado na fotografia que reavive minhas boas memórias, é esse tempo que passa e me cresce, que leva o que eu era,que faz o que eu sou, que dança valsa comigo todos os dias, estreia um novo sol, anuncia novas leituras da vida e é ai que eu vejo que não aprendi a ler com 6 anos, eu aprendo a ler todos os dias.

Nenhum comentário:

Postar um comentário